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O universo da blockchain está em constante evolução, com avanços que vão desde aprimoramentos técnicos em redes consolidadas até inovações que tornam o compartilhamento de dados entre grandes organizações mais seguro e eficiente. Neste artigo, vamos explorar três frentes que aparecem repetidamente no cenário cripto e de dados em 2025: o debate sobre o aumento do limite de gas do Ethereum em fusões futuras, o papel da Binance Coin (BNB) dentro da BNB Chain e as novidades sobre compartilhamento de dados e colaboração promovidas pela Databricks com Delta Sharing, Clean Rooms e o Marketplace. A palavra-chave blockchain guia a nossa leitura: é sobre como estruturas descentralizadas, contratos inteligentes e ecossistemas conectados permanecem úteis, seguros e escaláveis diante de novos desafios e oportunidades.
1. Ethereum Fusaka: gas limit e o impulso para escalar a camada 1
Segundo fontes recentes, os desenvolvedores centrais do Ethereum estão considerando aumentar significativamente o limite de gas da camada 1 como uma característica-chave da futura fusão Fusaka, após a atualização Pectra. A proposta, descrita no Ethereum Improvement Proposal (EIP) 9678, sugere elevar o gas limit para 150 milhões. O rascunho da proposta foi apresentado no dia 23 de abril pela desenvolvedora Sophia Gold, da equipe de suporte de protocolo da Ethereum Foundation.
Durante a reunião All Core Devs Execution (ACDE), as discussões indicaram que o aumento do gas limit deve ser uma prioridade para Fusaka. Tim Beiko, outro desenvolvedor fundamental, mencionou em um resumo da reunião de 24 de abril que um EIP foi redigido para alinhar os defaults dos clientes e manter essa prioridade. Ainda que seja uma abordagem pouco convencional, não é inédita na história da rede, como ocorreu com o EIP-7840. A ideia é fundir o EIP no começo da próxima semana e incluí-lo formalmente no próximo ACDE.
Os responsáveis pela rede esperam identificar mudanças necessárias dentro do protocolo para sustentar um limite de gas maior, o que pode levar à incorporação de EIPs adicionais na Fusaka, mesmo com o escopo da fusão já definido. O lançamento da atualização Pectra no mainnet está previsto para maio, com a Fusaka possivelmente entrando em operação no final de 2025.
A motivação por trás do aumento do gas limit vem do interesse intenso em escalar a execução da camada 1 por meio da implementação de novos recursos. No entanto, esse movimento depende da orientação dos desenvolvedores da camada de execução, pois limites mais altos de gas podem revelar bugs em clientes que precisam ser corrigidos. Esse cenário exige tempo para testes e correções por parte da base de desenvolvedores de clientes, tornando sensato incluir a mudança como um EIP em uma fusão de rede.
Embora o limite de gas seja, em última análise, determinado pelos validadores, os desenvolvedores concordaram que ter um EIP para coordenar os defaults dos clientes ajuda a priorizar a iniciativa e a garantir que todos os clientes atualizem seus defaults até o momento em que Fusaka entre em operação. Observa-se que, historicamente, o gas limit da rede teve flutuações significativas: a média aproximada de gas foi em torno de 30 milhões após um aumento em agosto de 2021, conforme dados da Ycharts. Em fevereiro, os validadores apoiaram o aumento, elevando o máximo de gas utilizado por transação em um único bloco para quase 36 milhões. Esses números ajudam a contextualizar a necessidade de planejamento cuidadoso e de testes robustos antes de qualquer mudança de grande escala.
Implicações práticas para usuários e desenvolvedores de dApps podem incluir impactos em custos de transação, velocidade de confirmação e robustez de contratos inteligentes sob picos de demanda. Um gas limit mais alto abre espaço para operações mais complexas dentro de um único bloco, o que pode beneficiar casos de uso avançados, jogos on-chain e aplicativos DeFi que exigem maior throughput. Contudo, aumenta a responsabilidade dos clientes de carteira, provedores de nó e equipes de segurança em acompanhar atualizações, regressões e padrões de comportamento de rede que surgem com mudanças tão significativas.
2. Binance Coin (BNB) e a blockchain da Binance: utilidade, governança e riscos
O BNB é o token nativo da BNB Chain, anteriormente conhecida como Binance Smart Chain, criada pela Binance para atender à demanda por soluções mais rápidas, com custos baixos e boa experiência de usuário para aplicações descentralizadas. Originalmente lançado como um token de utilidade, o BNB evoluiu para desempenhar múltiplas funções dentro de um ecossistema de Web3 em constante crescimento. Abaixo, exploramos o que o BNB é, como funciona a sua blockchain e quais são as vantagens e desvantagens de investir nesse ativo em 2025.
O que é o BNB e como funciona a BNB Chain?
O BNB é o token nativo da BNB Chain, uma das blockchains mais utilizadas no ecossistema cripto. O objetivo inicial era oferecer descontos nas taxas de negociação na exchange Binance, mas ao longo do tempo o ativo expandiu seu papel, tornando-se peça-chave da infraestrutura Web3. Hoje, o BNB atua como uma moeda de utilidade com várias funções estratégicas, incluindo:
- Pagamento de taxas de rede, incluindo a execução de contratos inteligentes;
- Staking para segurança da rede e recompensas aos usuários;
- Governança descentralizada, assegurando participação da comunidade em decisões importantes;
- Integração com DApps, jogos blockchain, marketplaces, projetos DeFi e outros serviços Web3.
A BNB Chain opera sob um modelo de consenso Proof of Staked Authority (PoSA), que envolve 21 validadores com maior volume de tokens BNB em staking para validar blocos. Esse arranjo tende a entregar alta velocidade e custos baixos, favorecendo a adoção de soluções Web3. Contudo, ele também traz um certo grau de centralização em relação a blockchains mais dispersas, o que é tema de debate entre investidores e entusiastas de descentralização.
Vantagens e desvantagens da BNB Chain
Entre as vantagens, destacam-se:
- Baixas taxas de transação resultantes do modelo PoSA;
- Desempenho ágil e alta capacidade de processamento de transações;
- Utilidade prática do token para descontos, participação em projetos e governança;
- Modelo deflacionário com queima periódica de tokens, reduzindo a oferta total ao longo do tempo.
- Ampla compatibilidade com contratos inteligentes e um ecossistema robusto de DApps e serviços Web3.
Entre as desvantagens, o ponto central é a centralização relativa da rede. Como o PoSA depende de um número limitado de validadores, há preocupações de que exista um ponto único de falha ou de vulnerabilidade regulatória que possa impactar a rede. Além disso, a Binance, empresa por trás da BNB Chain, já enfrentou incidentes de segurança no passado, o que reforça a necessidade de acompanhamento cuidadoso de riscos de segurança e conformidade regulatória. Outra pergunta comum é se o BNB pode ser minerado. Em blockchain PoSA, não há mineração tradicional; a validação é feita por staking, com apenas os maiores stakers atuando como validadores ativos.
Como armazenar e vale a pena investir em BNB?
Para investir ou utilizar BNB, uma opção prática é adquirir tokens em uma corretora confiável e armazená-los na própria plataforma ou transferi-los para carteiras digitais (hot wallet) ou hardware wallets para maior controle de segurança. O ecossistema da BNB Chain permite o uso do token para pagar taxas, participar de projetos DeFi, coletar incentivos e realizar staking para recompensas de segurança. Em termos de investimento, o potencial do BNB está ligado à adoção contínua da BNB Chain e à evolução do ecossistema Web3, bem como à capacidade da Binance de manter operações estáveis e confiáveis. Há também a questão do modelo centralizado, que pode gerar riscos regulatórios ou de governança para investidores que buscam máxima descentralização.
Diversificar com ativos que tenham utilidade prática e clara, como o BNB, pode fazer sentido para muitos investidores. Contudo, é essencial considerar o perfil de risco, horizonte de investimento e tolerância a eventos regulatórios ou operacionais que possam impactar a rede. Antes de decidir comprar BNB, vale a pena acompanhar a cotação, entender as dinâmicas de demanda de uso da BNB Chain e avaliar como as futuras mudanças na rede podem afetar custos, velocidade e segurança das transações.
3. Delta Sharing, Clean Rooms e o futuro da colaboração de dados
Em contraste com a visão apenas de criptomoedas, o mundo de dados corporativos está avançando para modelos de compartilhamento seguro, interoperabilidade entre nuvens e colaboração entre várias partes interessadas, mantendo a privacidade e o controle. A Databricks tem destacado uma série de inovações em 2025 que tornam o compartilhamento de dados mais aberto, eficiente e seguro, sem depender de movimentação física de dados entre ambientes. A seguir, apresentamos os pilares dessa evolução e por que eles importam para quem trabalha com dados, IA e governança.
Delta Sharing, interoperabilidade e colaboração aberta
Delta Sharing é apresentado como o protocolo aberto de compartilhamento de dados, permitindo que clientes compartilhem dados e ativos de IA entre nuvens e plataformas, reduzindo silos e promovendo a inovação. A interoperabilidade com Apache Iceberg amplia ainda mais o alcance, permitindo compartilhar Iceberg Tables entre plataformas e provedores de dados sem a necessidade de replicação ou conversão de formatos. Um aspecto-chave é a facilidade de uso: provedores de dados podem compartilhar datasets com clientes em diferentes ambientes, sem depender de ferramentas ETL complexas.
Além disso, o Delta Sharing avança para oferecer o menor custo total de propriedade (TCO) ao facilitar o compartilhamento de dados entre plataformas e formatos, incluindo a possibilidade de visualizações de streaming e visualizações materializadas (MV/ST) compartilhadas com maior eficiência. A implantação de ABAC (Control Access by Attributes) reforça a governança, permitindo políticas de acesso refinadas que protegem dados sensíveis enquanto mantêm a colaboração entre parceiros. A disponibilidade de ABAC como recurso Beta sinaliza um caminho para governança mais granular e segura em cenários de cooperação entre várias organizações.
Gateway de rede Delta Sharing e colaboração multi-plataforma
O Network Gateway é uma solução para reduzir a complexidade de regras de firewall e configurações de rede ao compartilhar dados em tempo real com destinatários. Oferece suporte tanto a armazenamento gerenciado (ADLS, S3) quanto ao armazenamento nativo da Databricks, com configuração de rede simplificada. Isso facilita a troca de dados entre organizações que utilizam diferentes provedores de nuvem, mantendo a segurança e a conformidade.
Outra frente importante é o avanço em tempo real com MV/ST e a expansão de casos de uso de streaming, que viabilizam a criação de visualizações atualizadas para clientes sem a necessidade de copiar dados entre ambientes. A ideia é permitir que provedores e parceiros compartilhem dados de forma eficiente, com atualizações contínuas e sem comprometer a privacidade dos dados originais.
Clean Rooms: privacidade, colaboração e execução autônoma de notebooks
Databricks Clean Rooms permite que empresas colaborem com parceiros sem expor dados brutos. As novidades anunciadas para 2025 incluem:
- Resolução de identidade centrada na privacidade, mantendo identificadores compartilhados sem expor dados pessoais;
- Disponibilidade no Google Cloud (GA), abrindo a colaboração entre AWS, Azure e outras plataformas sem a movimentação de dados;
- Colaboração multi-partes, aumentando o número de organizações envolvidas em uma única sala limpa (de acordo com o anúncio, até 10 participantes no total);
- Execução de notebooks dentro do clean room, com aprovação explícita entre participantes – permitindo que cada parte rode código de forma segura dentro do ambiente compartilhado.
Essas inovações apoiam a ideia de “qualquer nuvem, qualquer plataforma” para colaboração de dados, reduzindo barreiras técnicas e regulatórias, ao mesmo tempo em que fortalecem a proteção de dados sensíveis. Em termos práticos, isso facilita parcerias entre empresas, provedores de dados e clientes sem demandar grandes intervenções de ETL ou movimentação de dados de alto risco.
Databricks Marketplace, parceiros e o ecossistema de dados
Outra dimensão relevante é o ecossistema aberto em expansão, com o Databricks Marketplace conectando dados de parceiros de destaque a usuários de Databricks por meio do Delta Sharing. Entre os parceiros anunciados estão SAP, S&P Global Market Intelligence, FactSet, IAS, Infor Nexus, Magnite, Crunchbase e SambaTV, com planos para ampliar o alcance de dados empresariais, dados de finanças, dados de mídia, dados de redes de suprimentos e insights de publicidade. Essa rede de colaboração facilita que organizações acessem dados de terceiros de forma segura e com menor atrito, apoiando decisões baseadas em dados em escala.
O conjunto Delta Sharing, Network Gateway, Clean Rooms e Marketplace representa um ecossistema para dados multicluster e multicloud, com foco em interoperabilidade, governança e eficiência. Em termos práticos, empresas que atuam em setores como finanças, mídia, varejo e manufatura podem reduzir o tempo de time-to-insight, ao mesmo tempo em que protegem dados confidenciais e cumprem requisitos regulatórios. A visão é audaciosa: tornar o compartilhamento de dados uma prática confiável e escalável em qualquer nuvem, entre qualquer parceiro, com controles de acesso refinados e auditoria de uso.
Implicações para negócios, investimentos e escolha de plataformas
Ao conectar as ideias apresentadas nos três modelos, fica claro que blockchain não é apenas uma rede de transações entre criptomoedas, mas também um quadro conceitual para entender a confiança, a escalabilidade e a governança de sistemas descentralizados. No Ethereum, o debate sobre o aumento do gas limit é um lembrete de que, para manter a rede ágil e capaz de suportar aplicações complexas, é preciso planejar mudanças de protocolo com cuidado, alinhando padrões entre clientes, nós e validação. No universo das criptomoedas, o BNB mostra como um ecossistema pode crescer com utilidade prática, governança compartilhada e uma arquitetura de consenso que equilibra velocidade, custo e complexidade de centralização. E no campo de dados, as inovações da Databricks destacam como colaboração entre nuvens pode ser realizada de forma segura, privada e escalável, abrindo portas para novas oportunidades de negócios, integração de dados e inovação em IA.
Para profissionais e investors, algumas perguntas-chave emergem:
- Como as mudanças no gas limit do Ethereum podem impactar o custo de desenvolver e rodar aplicações descentralizadas?
- Quais são os prós e contras de investir em BNB dentro de um ecossistema que valoriza utilidade prática e governança, frente aos riscos de centralização?
- Como o Delta Sharing e os Clean Rooms ajudam a manter a privacidade dos dados sem sacrificar a colaboração entre parceiros?
- Quais estratégias de governança e conformidade são necessárias para aproveitar ao máximo ecossistemas de dados abertos sem comprometer a segurança?
- Como combinar investimentos em criptomoedas com estratégias de dados e IA para diversificar riscos e oportunidades?
Perguntas Frequentes (FAQ)
- O que é blockchain e por que ela importa em 2025? Blockchain é uma tecnologia de registro distribuído que promove transparência, descentralização e segurança de transações e dados. Em 2025, seu papel se estende para além de cripto, influenciando governança, colaboração entre nuvens e governança de dados.
- Por que o Ethereum pode aumentar o gas limit na Fusaka? O gás maior pode permitir operações mais complexas por bloco, ajudando a escalar a camada 1. O ajuste requer coordenação entre clientes, testes de rede e avaliação de impactos em custos e segurança.
- O que torna o BNB relevante dentro da BNB Chain? O BNB é usado para taxas, staking, governança e como token utilitário em um ecossistema que prioriza velocidade, custo baixo e integração com várias aplicações Web3.
- Como Delta Sharing facilita a colaboração de dados entre plataformas? Delta Sharing oferece interoperabilidade entre plataformas e formatos (incluindo Iceberg), reduz a necessidade de movimentação de dados e fornece controle de acesso baseado em atributos para governança.
- Quais são os principais riscos ao depender de soluções centralizadas, como a BNB Chain? Riscos regulatórios, dependência de uma entidade central (Binance), vulnerabilidades históricas de segurança e desafios de governança que exigem estratégias de mitigação e diversificação.
Conclusão
O ecossistema blockchain, as redes de criptomoedas e as plataformas de dados em nuvem caminham para um espaço onde escalabilidade, segurança e governança caminham lado a lado. O debate sobre aumentar o gas limit no Ethereum mostra que a busca por maior capacidade de processamento precisa ser acompanhada de governança cuidadosa, testes amplos e coordenação entre diferentes clientes de rede. O ecossistema BNB destaca como utilidade prática, governança e economia de token podem sustentar um ecossistema diversificado, ao mesmo tempo em que surgem questões de centralização a serem observadas pela comunidade. Já as inovações da Databricks em Delta Sharing, Clean Rooms e Marketplace apontam para um futuro em que a colaboração de dados entre nuvens e parceiros é possível com controles de privacidade, acessos refinados e eficiência operacional sem precedentes.
Se existe uma linha condutora nesses temas, é a ideia de que inovação não é apenas criar novas tecnologias, mas integrá-las de forma responsável, com foco em usuários, negócios e sociedade. A blockchain, os tokens de utilidade, e as plataformas de dados abertas têm o potencial de transformar a forma como criamos, compartilhamos e operamos informação. Ao adotar uma mentalidade de colaboração segura, governança transparente e investimentos bem avaliados, leitores e profissionais podem navegar com mais confiança pelos caminhos que unem criptomoedas, contratos inteligentes e governança de dados na era da tecnologia distribuída.





